Em um sonho, vi muitas pessoas em diferentes facetas de suas vidas. Primeiro eu vi [uma] jovem dormindo enquanto outros planejavam seu futuro imediato. Essa jovem, por sua indolência e promiscuidade, já tinha dois filhos; mas ela só vivia pendente de seus prazeres efêmeros, e não se ocupava de sua responsabilidade. Vi como o mundo estava pronto para isso, porque todas as desculpas dessa jovem no cumprimento do dever foram aceitas; e assim sua liberdade abundante e ociosa a fez corromper-se mais e mais.

O sonho mudou, vi um pequeno terminal de ônibus escolar; eles levavam as crianças para a escola e as pegavam. Observei que entre os motoristas havia apenas uma competição vil e cruel, e entre todos eles juravam lealdade; mas em suas costas eram cobras e escorpiões em busca de sua maior alegria, que era fazer sofrer e infligir dor ao seu rival, segundo eles. A cena mudou novamente, e eu vi [uma] pessoa cuja essência era tirar vantagem de tudo e de todos. Sua maneira de ser convidava a ver sua fragilidade e provocava desejos para ajudá-la, mas isso muito habilmente escondeu sua astúcia por trás desta capa, e assim ele viveu da indolência e da perspicácia voluntária, e dormia tranquila enquanto outros não dormiam pensando em como ajudá-la.

Outra cena veio; com isso percebi como havia muito descontentamento e pouco esforço em buscar o que realmente precisamos e a rapidez em buscar o que consideramos ao nosso entender, necessário. Eu vi um homem subir umas escadas muito altas, e a indicação era que quem as subisse não conseguiria voltar por elas, e teria que percorrer um longo caminho e fazer uma longa jornada para tentar voltar novamente àquele ponto de partida. Vi o homem subir e, antes de chegar ao topo, sua carteira com seus documentos e dinheiro caiu da escada; e ele fez o impossível, mesmo com o risco de sua vida, para recuperá-la, até que teve sucesso; desde que não fosse o caminho largo que foi indicado fazer para voltar àquele ponto.

Assim que me foi referido esse esforço quase sobrenatural, e me foi dito: observe como o homem satisfeito continuou seu caminho, e não demorou muito quando o agrediram e tiraram sua carteira, e assim ele rapidamente perdeu o que mais valorizava e com isso quase sua vida.

Assim eu vi um grupo de pessoas que queria sair da cidade para o campo, mas sua letargia era muito porque em sua mente não havia pressa, ignorando e bloqueando todo tipo de movimento rápido, não eram diligentes na busca, estando assim à mercê dos infortúnios mundanos. Isso, foi-me dito, eram pessoas que podiam se esforçar mais, mas a letargia os aniquilou. Então a cena mudou novamente e eu vi como a indolência levou muitos a não se preocuparem em não ter comida de verdade à mão, e eles começaram a sofrer grande fome. Foi-me dito que muitos acreditam que, em face da crise, seus gostos alimentares desordenados serão satisfeitos e eles passarão uma grande decepção. Foi-me dito que eles vivem de comida irreal, descartando a real. Foi-me dito: só o grão e o que dele for obtido, será o que realmente é seguro, porque quem quiser continuar se alimentando do pré-fabricado perecerá. Naquele momento, amados, acordei. Rapidamente me vieram à mente, os sete anos de fartura quando José estava de volta ao Egito, e os sete anos de necessidade. O Senhor, que deu a sabedoria e as instruções a José, o colocou à frente daquela nação para que fosse uma bênção para muitos antes dos sete anos de fome. Eles coletavam grãos e, a partir daí, dessa matéria-prima; muitos, fazendo pratos diferentes, comendo-os de maneiras diferentes, conseguiram sobreviver àqueles sete anos de fome. Queira Deus que não sejamos néscios e passivos perante esta situação que temos pela frente; mas sejamos diligentes e aprendamos; Esforçemo-nos para aprender quantos pratos posso conseguir se tiver milho, grão de milho armazenado ou semeado; de trigo, de qualquer grão que tivermos à mão, para que possamos ter de verdade, um pouco disso; como germinar, como fazer saladas com isso, como fazer sopas cruas com isso, como fazer sucos com isso, como fazer pratos diferentes com matérias-primas.

Que possamos colocar essa tarefa e concluí-la antes que seja tarde demais.

Que o Senhor nos abençoe.